Estou a arquitetar a alma
Em instantes me completo
Como uma casa a esperar uma pintura
Como um campo a esperar o repleto
Construindo versos em um sopro divino
Ouvindo silenciosa, o barulho contínuo.
Que ronda a casa de onde me reservo
E repouso a cada gole de vinho
A alma esta em cor
Jogo tinta no lugar do rancor
Pinto nuvens na janela lateral
Corto o tempo loucamente com meu punhal
Um tempo de ida e volta
De retorno e espera
Na mera postura de descrever com a calma
A inevitável noite que enseja esta casa
Posso computar cada tijolo áureo
Simplificar o ferro gelado e frio dos dias errados
Falecer idéias inválidas
E nascer sonhos atávicos
Construímos a cada instante
Nosso poema interiorano
Nosso eu despercebido
Em significados eternos
Lavamos passados
Limpamos presentes
Pensamos o futuro
E provamos o doce silêncio de nossos suspiros
Como bons e meros operários
A arquitetar as coisas do coração
A demulir inquietações
E construir puras e novas emoções
Para mais um dia brindar
A beleza do ciclo vital
A sabedoria do verbo amar
Na singular e única vida carnal.
Magali de Rossi
terça-feira, 3 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário