segunda-feira, 2 de março de 2009

ESSÊNCIA

Sinto-te como uma manhã de chuva

Como um orvalho molhado

Como um doce saboroso

Sinto-te como se sente o universo


Disperso nas palavras que não digo

Naquelas que repito silenciosa

Nas claras manhas de domingo

Doce instinto


Te precinto

Desejo-te

Doce essência e cheiro


Teu sabor não sei!

Teu peito não toquei!

Mas me sinto farta

Nas mínimas palavras


Por vezes ditas, por vezes atadas

Perdidas nas falsadas

Alçadas por meus pulsos e punhos


Agora meu coração bate

Como água salgada nas rochas no mar

E me faz amar

Sem saber a direção


Mas se prende sem direção

Sem pedir licença ou perdão

Se coloca a vida

Na espera de um toque


Como se toca um vilão

Afinado pela emoção

Solto pelos fartos dedos

A tocar!


E te toco a cada momento

Em pensamento

Em sentimento


Espero-te como se espera a vida

Como se espera a tarde

Para que se farte a felicidade

De cheiro, amor e essência.


Que o amor saída da inocência

E se torne algoz

Se torne voz

Carne e paixão.

Doce aproximação.

Magali de Rossi

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