sábado, 29 de agosto de 2009
Carnaval!
Fevereiro miscigenado
Escolhido por um deus desconhecido
Atende meu pedido
O deus brasileiro
Que assim te fizeram
Recusa este Brasil ordeiro
e coloque pimenta no feijão do fazendeiro
Bata no tambor do esquecido
Faz soar o cavaquinho do mineiro
Escuta as preces da lavadeira
Molhada de água na corredeira
Hei, hei bloco.
Sacuda bloco de artilheiros
Avisem os grileiros que a justiça
Virá, de olhos e ouvidos abertos.
Purpurina nos olhos da mulata
Seria ela empregada ou rainha
Morra na favela
Lava panela requebrando a canela.
Deus brasileiro
Diga ao traficante que a mulata
E dona da historia
E que rebola na luta
Sabe e escuta o passado
Veste branco de iemanjá
Faz tremer a sapucaí.
Sabemos que brasileiro e o deus dos ricos
Que esquecem da mulata mulher
Que sopram no ouvido da justiça
A preguiça e poluição.
Ação só da policia
Na ala de frente da burguesia
Que bate e angustia
A esperança.
Quem sabe se a criança
Não seja a sorte
De colocarmos o Brasil do carvanal a norte.
Guitarra e Revolución!
Punhal hecho de piedra rara
És mi mano colorada de sueño latino
Es my pranto artero
No cantar chamamecero
El condor rasgador de cordilheiras
Senhor de lãs mañanas campesinas
Faz volver lá esperança matreira
De um pago á romper fronteiras
Pulsa my pecho caudilho
A mirar os ojos dos niños com hambre e frio
Me pongo a rasgear my guitarra campeira
E num sonido compadecido
My dispierto a llorar
Alço a perna na lubuna
Rasgo el campo empoeirado
Me junto a peonada, cevo um mate alado.
Tomo o rumo da pago
Encilhado my consciência.
Cruzo lá fronteira missioneira
Llamo mis compañeros gaúchos
Para compor el firmamento
Com sudor e sentimento
De libertar la pampa latina
De las garras opressivas
Del poder atual
Libertar el negro, branco e ameríndio.
Es que vuelvo com alma como na paloma.
Lavada com a lluvia da verdade
Es que soy hombre peregrino
Destes pagos andinos
Soy puramente corazón
A caminar de luna a sol
A Despacito me voy
Sem temer ou volver
Construindo com my guitarra
La revolución.
Magali de Rossi
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Ventos do Sul
As coxilhas de meu peito esparramam vida
Em forma de versos, prosas e nota,
Esparramam murros e portas
Na busca incessante de mim
Bate em meus braços frios
Corta-me como navalha afiada
Faz-me sangrar o expurgo da tristeza
Que não voltará que não viverá
No inverno frio,na chuva molhada
Afasto-me do nada e me preparo para viver
Rompo com parte de mim que se foi
E se encontra a cada suspiro de alegria
Meus dedos, punhos e rasgos.
Se petrificam no olhar do futuro que emerge
Faz-se presente nos atos de meus passos
Nos presídios de meus anseios.
Estou á esperar por este vento sul
Que se afasta através dos montes
Que dobra os matos e se termina nas fontes
Que faz calar homens num fim de tarde
Vento que traz amor esperança e paz
Que metaforiza as palavras engasgadas
Que nos traz a nada e que nos faz humanos
Que nos leva a panos quentes e rasgados
Me contaminou! A epidemia se alastra
Quer contaminar os corações inválidos pelo tempo
Quer abrir estes peitos ao vento
Para que gritem a liberdade dos sonhos e dos amores
Permita tempo tal façanha
Deixe de lado a ranha e permita que todos sintam o frio que aquece
Sem pedir licença.
Solstício
Capricórnio de minhas medidas
Verticais de minhas insistências
Horizontais a teu lado.
Medidas que nunca entendi
Mas que me despertam a cada centímetro
Distâncias de meu ego
Emblemático e sarcaz!
Punido, pelos cartesianos olhos.
Que desconheço e desmereço
Cruzo o norte deste tempo
E vou para o sul de meus temperamentos
Solstício anual
Primavera primordial
Leve-me comigo para onde o vento ecoar
Faça-me sentir o verbo amar
Torne-me capaz de aquecer os pólos
De esfriar os vulcões interioranos
Quero ser a topógrafa de teus planos
A artista de teus sonhos
Deixe-me pintar os céus de lilás
As cordilheiras andar!
Os mares a navegar
Até teus braços chegar...
Conta Gotas
Légua, léguas, réguas entre mim e você.
Tréguas, trégua entre o tempo e a distancia.
Aparento ter milhões de anos além
Das rugas que desenhei a cada não
Distancio perguntas para não ter a resposta
Dou conta do que não vejo em prol das apostas
Jogo incrédulo, rotineiro, macabro!
Um filme de terror no quarto amarelo
Teu conta gotas emocional
Contará os segundos para me perder
E se perder, perderás a verdade do amor.
Ganharás mentiras de verão
As léguas que desenhastes com lápis marrom
Serão as mesmas que limitarão
Tudo aquilo que te ensinaram com paixão.
E verás que o amor não se o tem sem razão.
Podes me achar demasiada
Envelhecida ou recalcada
Mas com o tempo verás
Que a maturidade e companheira das horas vagas.
E quando isto te tocar
Muito tempo ficou para traz
Reconstruir, pois bem não dará.
Porque a mulher daqui não permitirá.
E mais um tempo se passou
Talvez a escolha da eternidade
Espero que tua vaidade
Não seja mais que a simples humilde.
Poema de quem descobriu que maturidade vale mais a pena!
terça-feira, 17 de março de 2009
RELAÇÕES LIQUIDAS
Água, fluido, sentido!
Tripé da imaginação
Convulsão do parecer
Mordaça do amanhecer
Acordar saborear
Sentir o cheiro
Tempo e espaço únicos
A dicotomia não é sintonia
Há era bem cedo
Chovia nas calçadas
Lavava a alma
Dos pedidos finais
Lamaçais cobriam as dúvidas
Ventos cortavam as angustias
Era sexta – feira
Era o fim da rasteira
Esperávamos o impossível
O inevitável prazer
Do liquido para o sólido
Do gela para a água
A combustão do prazer
A química do fazer
Nas formulas primordiais
Era ciclo novo!
Dos permitidos, dos desprovidos.
Dos vivos lábios úmidos
Pela vontade eterna de se permitir
Sentir, agir e mudar.
Do sentido para o verbo amar
Do provérbio temporal
A mudar
Era só liquido
Era só chuva
Era só sexta-feira
Eram somente duas mentes.
Iguais e diferentes
Com ideais pontuais
Com olhos imortalizados
Pela freqüente vontade de amar
O impossível e o possível!
Magali de Rossi
O SILÊNCIO DAS POESIAS
Concurso de meus apelos carnais
Sinto-me perder em bússola os meus planos
Insanos impulsos
Arrasto meus braços e dedilho ao vento
Escureço o dia e ilumino meu peito
É desejo
É pleno
Escrevo o inatingível dos amores
O atingível da longínqua sorte
No tabuleiro do amor
Parceiro e inimigo, amor!
Colapso das madrugadas
Ao lado do calor artificial de minhas pernas
Queria escrever em salabares indiscretos
Os vocábulos de minha vontade
Gostaria que a verdade de meus lábios
Gritassem
E por fim dar adeus a palavras
Neste papel branco e desbotado
Esquecer ao lado da penteadeira
A velha e antiga asneira
E trocar por gemidos e gritos
As cordiais poesias alheias.
Magali de Rossi
Ilusão
Encobrem as paisagens de verde
Tua boca atalha os caminhos
Imperfeitos de minhas palavras
Ao teu lado largo a amanhã
Como se larga um suspiro
Dançaria o bailar das montanhas
A esperar a valsa da noite
Repousaria em teus olhos
Dormiria em teu lençol
Acordaria em meio aos meus sonhos
Para que teu corpo navegasse sobre o meu
Os dias passam
Somem
Diluem-se
Minha apologia por teu cheiro
Cavalgam milhas e milhas.
Atravessa o pampa e a esperança
Montada na lembrança
Queria agora arranhar meu espelho
Beijar a janela
Abraçar a lua
Molhar-me na chuva
Não posso te ter
Só posso te querer
Não posso envelhecer
Sem ter tido um noite com você
Aguardo o timbre do relógio a bater meia noite
Pois é hora de sonhar
Meu lençol abraçar
Na espera de um dia você me amar.
Magali de Rossi
PARTIDA
Estou indo, longe
Sem endereço e apreço
Estou indo!
Porque deixaste-me perder
Porque não me chamaste de volta
Porque não abriste a porta
Por quê?
Porque quem sabe sempre quis assim
Queria ver, queria tocar-me
Somente isto
Nada, além disto,
Me permitiu
Me empurrou
Como se empurra uma vida num precipício
Não esperou nem se quer um início
Assim então me vou
Com a dor de nunca mais voltar
Com a dor de não poder amar.
E assim tu te vás, livre á voar
Buscar, teu ninho
Em outro lugar
Como pássaro na primavera
Otimista pela espera
De quem sabe
Realmente voar.
Magali De Rossi
Denifinição!
És o tempo e a loucura
És o meu sopro
És meu ar
Minha duvida
És a certeza
É o tempo
És meu espaço e meu corpo
És minha alma
Minha calma, meu sossego.
És a chuva
Tempestade e bravura
Lealdade
Meu delírio e sofrer
És Meu sonho e querer
Doce pecado quero ter
A sorte do meu jogo
Meu pranto e choro
És o vinho que tomei
És meu cálice despido
Padecer
Meu sonido
Minha Nota musical
O meu sangue infinito
No olhar que se perdeu
Na esquina onde passei
O teu olhar se escondeu
Meu hoje, ontem e amanhã.
Minha eternidade
És o meu Cosmos
Meu universo
Verso e inverso
És o anseio
O meu peito
Coração
Vida
Meu carma
Minha cina.
Pena não te-lo, assim!
Tu és o quadro que pintei
És o perfume que cheirei
É esta letra que escrevi
Nesta noite que perdi
Foi nesta noite estrelada
No luar da minha janela
A flor que brilha em aquarela
Que se apagou dentro de mim
Quando eu não te vejo
Te pressinto e te aguardo
Como um vento alado
Arrastado em meu quarto vazio.
Destino, escolha
Que falhei
Louco amor que desperdicei
És o meu peito e ar
Pulmão e emoção
És meu o sonho e ilusão
Minha mente em insônia
A luta da minha vida
Em não morrer por ti
Magali de Rossi.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Prelúdio Latino
O tempo que vigora
Que não mede espaço e hora
Outrora seria a menina que morreu
Nos seio amamenta vida
Despida de vulneráveis
Dias a esperar pelo coração
Que bate sem distinção
E igual e diferente
E presente e ausente
É o colóquio da voz
Voa mensagem diga a os quatros ventos
Que a liberdade ecoa em sentimento
No permitir da felicidade
Da própria imaginação
Vai condor ameríndio
Bater tuas asas latinas
Faça pulsar a revolução
Nas veias abertas continuas
De tua pátria colorida
Linda América Latina!
Magali de Rossi
terça-feira, 3 de março de 2009
CENÁRIO
Indiscreto, perambulando meu sono
Oportuno senso de humor
Me atrai para o centro do oráculo
Carnosa noite sem suor
Células mortas em toques polares
Capacidade de transpor a liquidez peculiar
Em solidez cutânea
Arrasto meu sofá para o centro das coisas
E as coisas para o centro do umbigo
Dei a volta em meu sono
Driblei a ansiedade e instinto
Confesso que me quebras como um castiçal
Insiste na minha libidez
Me silencia a cada não e me seca a cada situação
Ë o pronto, o exato o desencontro
Cenário mais uma vez montado
A peça do tabuleiro em cheque
E a vida toda mais uma vez em uma
É o teu singular e único sim
Para transpor navios e ancorar
No porto seguro do verbo amar
Proponente, quero te ver
Ao te perder por não acreditar.
Magali de Rossi
BAR
Expulso o acaso encontro o momento que é só meu
Dou-te adeus te entrego o agora o que é somente teu
O futuro não dispenso, porque só tenho o que é seu.
Nesta mesa de bar nos goles de vinho a tomar
Circundo meus dedos na orla do copo estrelar
No canto vejo madona no outro sinto que sou dona
Deste momento único e unilateral.
Abro um maço de free, acendo meu olhar
A fumaça dá adeus em tudo o que é teu
Minhas pernas se cruzam no compasso angelical
Meus pés batem na mureta sou nota musical
Venha aqui! Tire a mão do cabelo
Arrepia meu pelo descruze minhas pernas
Pois o futuro esta em segundos, em caricias eternas
Adeus acaso peculiar é outro homem em teu lugar.
Teus cheiros encobrem o bar nesta esquina
Perambulam as ruas desta cidade baixa
Atraem coisas metálicas, liquidas e sólidas
Dispensa fragrâncias caras e mórbidas.
Tenho tanto dentro de mim que sei explicar
Tenho uma mulher única e singular
Uma mulher que sabe olhar o discreto
Em uma esquina na mesa de um bar.
Magali de Rossi.
ARQUITETOS DO SONHO
Em instantes me completo
Como uma casa a esperar uma pintura
Como um campo a esperar o repleto
Construindo versos em um sopro divino
Ouvindo silenciosa, o barulho contínuo.
Que ronda a casa de onde me reservo
E repouso a cada gole de vinho
A alma esta em cor
Jogo tinta no lugar do rancor
Pinto nuvens na janela lateral
Corto o tempo loucamente com meu punhal
Um tempo de ida e volta
De retorno e espera
Na mera postura de descrever com a calma
A inevitável noite que enseja esta casa
Posso computar cada tijolo áureo
Simplificar o ferro gelado e frio dos dias errados
Falecer idéias inválidas
E nascer sonhos atávicos
Construímos a cada instante
Nosso poema interiorano
Nosso eu despercebido
Em significados eternos
Lavamos passados
Limpamos presentes
Pensamos o futuro
E provamos o doce silêncio de nossos suspiros
Como bons e meros operários
A arquitetar as coisas do coração
A demulir inquietações
E construir puras e novas emoções
Para mais um dia brindar
A beleza do ciclo vital
A sabedoria do verbo amar
Na singular e única vida carnal.
Magali de Rossi
segunda-feira, 2 de março de 2009
MÃOS
Mãos pálidas e frias
Neste dia frio!
Mãos grandes e tentadoras
Neste dia frio!
Se calor fosse como seriam estas mãos?
Talvez rasadas
Ou ate apanhadas
Mas calor ou frio seriam acanhadas.
Falo destas mãos
Porque não falo destes pés
Ou então peito
Falo das mãos
Porque delas se mede parte da vida
Por vezes reprimida
Por outras atrevida.
Minhas mãos como a de milhares
Esconde-se a alma
Em sua palma estradas
Rudes e rasgadas
Caberia aqui falar da sorte
Se cigana eu fosse
Falar do futuro
Da alegria e do obscuro
Poderia falar dos dedos
E de seus apreços
Nas cutâneas desconhecidas
Das madrugadas perdidas
Estas mãos falam de mim
Desta mulher solitária
Que olha as estrelas e lua
Que dorme só e nua.
Nua com suas mãos e pés frios
Num cobertor de cetim
Num quarto frio
Num quarto frio
Com um coração quente
Com um coração quente
Com mãos ardentes
Com pés ardentes.
Magali de Rossi
flores
Amarelos, verdes tinidos.
Estão balançando a o som do vento
Dançam a o tom do tempo
E pintavam soares de bem-te-vis
Borravam topes de Almadovar
Apagavam pedras e espinhos
No caule das rosas.
Era perfeito
Era único
Era eterno
As Violetas falavam com as margaridas
E as margaridas ouviam as borboletas
Faziam uma sinfonia de lampejos
Lantejoulas e sacolejos.
Rosadas as arvores verdes
Os pica-paus picavam as nuvens
Que tinham sabor de chocolate
Parecia até arte.
Piruetas davam as joaninhas
Pequeninas e ordeiras
Saboreavam as roseiras
Vermelhas de sangue e fervor
Seduziam os olhos do pintor
Esquecido do lilás
Que estava atrás do verde rosa
E da imensidão
Pintava o campo do coração
Pintava as avenças da alma
Pintava com a calma
A esperança do amanhã
Pintava todas as flores
Com escolha e ternura
Pensava não existir amargura
Naquela imensidão
Pintavam todas em suas telas futuras
E ouviam somente as fascinas
Pintavam violetas, mas vivas eram as margaridas.
Que ouviam silenciosas e entendiam
O entardecer e o amanhecer
Sabiam da chuva e do sol
Sabiam das arvores e dos rios
E silenciosas não apareciam
Porque de brilho pouco as tem
Mas no vai e vem do vento
E com temperamento
Descobriam no silencio
Misterioso silêncio do pintor
Escondido e por ele despercebido
Como a gota de orvalho
Como o atalho
Como a gota de tinta no assoalho.
Magali de Rossi.
SENHORA DOS MARES
Quando o outro dia chegar
Poderei levar flores para você
Poderia se tratar de amor
Uma história sem “volver”
Alguns diriam que é o somente
Talvez o acaso de nossos por menores
Mas tenho a certeza que um novo tempo virá
Para reorganizar aquilo que ficou para traz
Seria tudo aquilo que pintei em alto mar
Olhando para o horizonte estrelar
A preçe que pedi a senhora yemanjá
Em oferenda na costa lunar
Me devolveu a senhora do mar
Razão para pensar
Que tudo aquilo que se pede sem querer
Vira passado sem memória
Completei a lição de casa
Comprei um caderno escrevi meu rascunho final
Virei a pagina e é história pra contar
De mais um acaso visceral.
Magali de Rossi
SOLEDAD
Todo el tiempo en que la memoria sobre la noche
Es que son pirilampo con vacaciones del alma
Corriendo El Camino a despacito
La búsqueda de armas tuos a quedarme
Viejo tiempo lo que está sucediendo
Soledad cobarde de mi deseo
Convarde y este deseo
La mañana se diespierta a mirarme
La estrecha Miy ojos claros vela nel agua
Costeando la ladreras de mis sueños
Navegando hacia tus ojos negro
Mi acordon se queda parte del pecho
Saludando coraçón costeiro
Es que se despeide con el sonido
Del tu voz guaraní
India, mis Sueños
Queiró atrás el tiempo en sus brazos
Dar este Adios Soledad niegra
A tu pecho quedarme
Es que miy frontera missioneira
Es sólo crudo Tierra
En la distancia de mi mano para tocarte
No serás malo este ensejo
Creo que mi canción camina a su destino
Al igual que en el mar gaviota costeando
Como mis ojos claro el agua
Buscando en su memoria
El sonido del amor
Magali de Rossi
ESSÊNCIA
Sinto-te como uma manhã de chuva
Como um orvalho molhado
Como um doce saboroso
Sinto-te como se sente o universo
Disperso nas palavras que não digo
Naquelas que repito silenciosa
Nas claras manhas de domingo
Doce instinto
Te precinto
Desejo-te
Doce essência e cheiro
Teu sabor não sei!
Teu peito não toquei!
Mas me sinto farta
Nas mínimas palavras
Por vezes ditas, por vezes atadas
Perdidas nas falsadas
Alçadas por meus pulsos e punhos
Agora meu coração bate
Como água salgada nas rochas no mar
E me faz amar
Sem saber a direção
Mas se prende sem direção
Sem pedir licença ou perdão
Se coloca a vida
Na espera de um toque
Como se toca um vilão
Afinado pela emoção
Solto pelos fartos dedos
A tocar!
E te toco a cada momento
Em pensamento
Em sentimento
Espero-te como se espera a vida
Como se espera a tarde
Para que se farte a felicidade
De cheiro, amor e essência.
Que o amor saída da inocência
E se torne algoz
Se torne voz
Carne e paixão.
Doce aproximação.
Magali de Rossi